segunda-feira, 19 de outubro de 2009

UnC em Caçador: “Quando o cavalo passou encilhado”

Hoje apresentarei mais um fato (verdadeiro, verídico) que aconteceu nos bastidores dos acontecimentos de outubro de 2009, envolvendo as presidências da Fundação UnC-Caçador, a presidência da Fundação UnC, a Reitoria da UnC, o Ministério Público de SC, a Comissão de Detalhamento do Processso pró-Unificação da UnC, mais a Comissão Especial do Conselho Curador da Fundação UnC-Caçador – acontecimentos estes que brindaram Caçador com a maior tragédia educacional da sua História.


Continuo fazendo isso pois entendo que, como historiador, não posso deixar que este e outros fatos caiam na amnésia social (esquecimento) da História da Educação Superior em Caçador e no Contestado.

Na tarde de 6 de outubro, em contato telefônico, o sr. Ardelino Grando pediu-me que considerasse um documento que havia sido redigido na noite anterior por pessoas que tentaram elaborar uma proposta de conciliação entre as partes envolvidas no processo de unificação da UnC. Disse-me que não havia gostado de dois itens e pediu que tentasse com seus autores (entre eles Mário Bandiera e Guerino Bebber) modificá-los. Em assim acontecendo, ele mesmo, pessoalmente, defenderia a proposta, entregando-a ao sr. Elias Seleme Neto, presidente do Conselho Curador da Fundação UnC-Caçador, para que este a negociasse com a Comissão Especial por ele nomeada e presidida pelo sr. Rui Caramori.
No meio da tarde conseguimos modificar partes do texto inicial (agora ao gosto do sr. Ardelino Grando) e o apresentamos aos integrantes da Comissão de Detalhamento do Processo Pró-Uniciação da UnC, reunida com o Reitor da UnC. A proposta foi repelida de pronto pelos dirigentes das outras instituições mantenedoras, pois afrontava muito (segundo eles) tudo aquilo a que se havia chegado como consenso para a “nova” unificada Universidade do Contestado. Defendi a proposta com veemência e quase fomos “aos tapas” com o magnífico Reitor Werner. Quase. Os pedidos de desculpas serenizaram os ânimos.
Neste momento, chegou ao Gabinete do Reitor o Promotor de Justiça, Aor Steffens Miranda, da 25ª Promotoria de Justiça da Capital, orientador do Processo de Unificação da UnC. Foi aí que o conheci. Aproveitei para conversar bastante com ele e expor minhas opiniões sobre tal processo, lamentando que nunca a comissão (e nem ele) haviam considerado a possibilidade de conversar conosco, integrantes do “magistério do baixo clero” e outros educadores da UnC.
Em seguida, o sr. Hamilton Wendt, Presidente da Fundação UnC (Reitoria), apresentou outra proposta, que ele estava elaborando em seu notbook. Desta vez fui que rejeitei de pronto, pois entendi que seus termos não estavam adequados. Propus chegarmos ao consenso, unindo as partes “boas” das duas propostas, elaborando um terceiro documento, linha a linha, o que se fez, até que ele foi aceito por todos e submetido ao Promotor, que leu e também aprovou, dizendo “Se é isso que todos aqui querem, então podem propô-lo à Assembléia da Fundação UnC-Caçador”. Eram quase 19 horas, início da Assembléia.
Adentrando no Salão Nobre do Bloco D do Campus, ainda antes de inciar a sessão, pedi ao Presidente da Comissão Especial nomeada pelo Conselho Curador, que considerasse o documento que estava lhe entregando pessoalmente, mas não tive êxito. Diante da negativa de recebê-lo, entreguei-o ao Presidente do Conselho Curador, com a recomendação de que, conforme os termos propostos, tudo poderia dar certo para todas as partes, pois que, na reunião da tarde na busca de conciliação, estavam presentes os dirigentes das demais fundações parceiras na manutenção da UnC, que assinariam o documento ali mesmo, como comprometimento público. Mas, em nenhum momento da assembléia, a proposta foi lida, apreciada e muito menos levada em conta.

O que dizia o documento? Entre outros itens:

- Por consenso da Comissão de Detalhamento, a sede da Fundação Universidade do Contestado será em Caçador, desde que consolidado o processo de unificação.
- Assegurar que o patrimônio estrutural de cada campus não será transferido de um para outro.
- A filantropia existente nas fundações (como a de Caçador) será estendida a toda a estrutura unificada...
- Afirmar que o CNPJ da FuNC já está determinado e que não mais é da Fundação de Mafra...
- Manter a administração na FunC de maneira equânime, admitindo a participação das unidades no Conselho Curador em 1/5...
- Assegurar que a opção de unificação é livre e consciente de todos os cidadãos e fundações que compõem a estrutura existente, não sendo optativa e tampouco contrato de adesão com cláusulas leoninas, mas de um Estatuto regrado de forma abstrata e complementado por regimento interno...

Esta foi mais uma oportunidade perdida. O presidente da assembléia apresentou apenas a proposta da Comissão Especial, contrária à unificação... e deu no que deu!
Amigos, tirem suas conclusões.
                                                                                              Nilson Thomé, 19/10/2009.

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