sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Por uma UnC mais universidade - 21

Lula, professor em diplomacia e em estratégia, dá aula para Caçador

O site G1, da Rede Globo de TV, publicou interessante matéria na quinta-feira, 8 de outubro, informando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou dizendo que sentiu dó do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e do primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Zapatero, após a vitória do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Consta na notícia:

O presidente disse ainda que a sabedoria de um chinês lhe ajudou a trazer os jogos para o Brasil. “Depois eu tinha aprendido uma lição. A França perdeu da Inglaterra [a chance de sediar os Jogos de 2012] porque o Tony Blair [ex-primeiro-ministro inglês] se dedicou a falar com os delegados. O delegado que estava no hospital ele telefonava para desejar saúde para as pessoas. E o [Jacques] Chirac [ex-presidente da França] não tinha feito isso e foi a explicação que um sábio chinês me deu sobre a derrota da França. Eu falei, por falta de conversar eu não vou perder”, contou. O presidente disse que mandou carta para todos os presidentes e primeiros-ministros com influência e para todos os delegados do Comitê Olímpico Internacional (COI) e contou ainda que toda visita de chefe de Estado ao Brasil falava sobre o assunto. “Faz dois anos que estou conversando com delegados, faz dois anos que todo estrangeiro que vem no Brasil a Olimpíada é o primeiro ponto da pauta”, afirmou.

Ao ler esta nota, lembrei da fala de um dirigente da Fundação UnC-Caçador durante a Assembléia desta instituição realizada a noite de 6 de outubro, quando de nariz empinado elogiou o Presidente Lula, mencionando (não temos a transcrição ipsis litteris porque o Presidente da Assembléia acatou decisão do Plenário pela não filmagem dos pronunciamentos) – mais ou menos assim – ser ele um ex-torneiro mecânico, metalúrgico, que chegou ao mais alto cargo político da nação, sem ter estudado. Usou o modelito presidencial para explicar que, para ser um grande empresário ou um destacado político, não é preciso ter freqüentado a escola.
Será que esta relação – estuda e não sabe, não estuda e sabe – caberia como exemplo?
Os ouvintes da noite de terça-feira se admiraram com esta colocação do dirigente, mas, agora, deveriam prestar atenção às palavras de Lula da quinta-feira e ponderar o que ele expôs: “Eu falei, por falta de conversar eu não vou perder...”. Para conquistar a sede da Olimpíada, disse ainda que “Faz dois anos que estou conversando...”
Que lição de administração, de política, principalmente de estratégia. Lula utilizou muito tempo e usou de muita habilidade, para conversar amigavelmente com os parceiros e convencê-los a aceitar sua proposta. Certamente não foi arrogante, ofensivo prepotente ou mesmo simplista, como foram dirigentes da Fundação UnC-Caçador ao se reportar sem o devido respeito aos parceiros de Concórdia, de Canoinhas, de Curitibanos, de Mafra e muitos de Caçador, fazendo colocações críticas sobre os outros campi da UnC, taxados a viva voz de – mais ou menos assim – “cheios de dívidas”, de “altos comprometimentos financeiros e patrimoniais”, ou “administrações ineficientes”, etc., enquanto que ele e os seus de Caçador, “pagaram todas as dívidas” [SIC}, gabando estar “com as contas em dia e dinheiro em caixa”, como se isso fosse a essência de uma universidade.
Um dos tais dirigentes poderia ter acrescentado o trocadilho em seu discurso: “Eu não falei, e por não conversar é que vou perder”... e “Faz três anos que não estou conversando”... Eles, dirigentes da Fundação UnC-Caçador agiram assim durante a gestão, desrespeitando as parcerias, escapando das discussões, negando o diálogo e, ainda afirmam ter agido ao contrário. Por isso, entre outras falhas de procedimentos, perderam a grande oportunidade de consolidar de uma vez por todas a nossa querida Caçador como pólo da Educação Superior no Contestado.
Então, na terça-feira, tivemos a oportunidade de assistir a infantilidade, o simplismo, a arrogância e a prepotência serem instrumentos na direção de Caçador vir a perder uma universidade regional. E na quinta-feira tivemos a chance de ver a humildade, o diálogo, a franqueza, a sinceridade, vencer para o Brasil uma disputa internacional.
Por aí pode-se imaginar porque Caçador perdeu a capacidade de convencimento, junto aos parceiros na mantença da Universidade do Contestado. Lula, visite logo Caçador!
Nilson Thomé, 08/09/2009.

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