terça-feira, 20 de outubro de 2009

Plágio, fraude, apropriação, estelionato, cola e confração – Parte II

Na crônica anterior (a 27ª sobre a questão da “unificação administrativa da UnC”), apresentamos nossa iniciativa pioneira dentro da disciplina de Metodologia Científica nos cursos superiores do Campus de Caçador da Universidade do Contestado, de aprofundar estudos sobre condutas indesejáveis na academia científica. Alertamos sobre as violações de direitos autorais, orientamos todos a respeitar os direitos dos outros, combatemos a prática do “COPI-COLA”, com o que o Campus de Caçador da UnC serve de modelo para a vitória da Moral e da Ética, sobre as desonestidades em academias científicas.


A disciplina de Filosofia trata da Ética em geral. Em Metodologia Científica, abordamos a ética na produção científica dentro da Universidade. A ética é um ramo da filosofia que estuda a natureza do que é considerado adequado e moralmente correto. Pode-se afirmar também que Ética é, portanto, uma doutrina filosófica que tem por objeto a Moral no tempo e no espaço, sendo o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana.

O comportamento ético é aquele que é considerado bom, e, sobre a bondade, os antigos diziam que: o que é bom para a leoa, não pode ser bom à gazela. E, o que é bom à gazela, fatalmente não será bom à leoa. Este é um dilema ético típico. Portanto, a ética juntamente a outras áreas tradicionais de investigação filosófica, e devidas subjetividades típicas em si, ao lado da metafísica e da lógica, não pode ser descrita de forma simplista. Desta forma, o objetivo de uma teoria da ética é determinar o que é bom, tanto para o indivíduo como para a sociedade como um todo. [...]. O homem vive em sociedade, convive com outros homens e, portanto, cabe-lhe pensar e responder à seguinte pergunta: “Como devo agir perante os outros?”. Trata-se de uma pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. Ora, esta é a questão central da Moral e da Ética. Enfim, a ética é julgamento do caráter moral de uma determinada pessoa. [Negritos meus]. (Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica).

Ética é um “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social (MOTTA, 1984 apud SILVANO, 2008). A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular (moralidade), ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir (Singer P. Ethics. Oxford: OUP, 1994, 4-6 apud GOLDIM, 2007).

Em sendo assim, entre outras questões morais, difundimos aos estudantes da UnC de Caçador, onde atuamos, que plágio, fraude, apropriação imprópria, estelionato e cola, constituem prática de crimes praticados contra o direito autoral. Conclamamos os estudantes e os colegas professores e se unirem na prevenção e combate a esses atos antiéticos, que denigrem o ambiente universitário.

O direito autoral é protegido em todo o mundo civilizado e, no Brasil, especificamente, através da Lei Federal nº 9.610, de 19/02/1998. Em sendo assim, todos sabemos que cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fluir e dispor da obra literária, artística ou científica, dependendo de autorização prévia e expressa do mesmo, para que a obra seja utilizada, por quaisquer modalidades, dentre elas a reprodução parcial ou integral. (Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Copyrights).

Há muitas pessoas por aí que acham natural a cópia de material alheio, mas isso apenas até o momento em que se tornam vítimas dela. Imaginemos, por exemplo, um profissional ou um grupo de pessoas elaborar um documento e depois ver este mesmo documento, na íntegra ou ainda que “alterado” parcialmente, ser apresentado ao público sob a assinatura de outra pessoa ou de outra instituição... Ora, o plagiador raramente melhora algo e, pior, não atualiza o material que copiou. “O plagiador é um ente daninho que não colabora para deixar a fonte mais rica; ao contrário, gera cópias degradadas e desatualizadas de material que já existe, tornando mais difícil encontrar a informação completa e atual”. Disponível em: .

Quando exigimos que nossos estudantes produzam trabalhos acadêmicos conforme os princípios da moral e da ética, respeitando os direitos autorais de outros, sem apelarem à prática criminal de plágio, fraude, apropriação imprópria, estelionato e cola, sentimos que a reciprocidade é verdadeira, ou seja, os alunos nos fiscalizam, exigindo que nós – professores – também sigamos estes princípios.

Por nossa vez – os professores – como os alunos também exigimos dos coordenadores de cursos, de áreas e de diretores da Instituição, que tais princípios (contrários às atitudes indesejáveis) sejam observados como valores acadêmicos de primeira grandeza. Cobramos das pessoas que estão hierarquicamente acima de nós, que ajam da mesma forma e com a mesma dignidade. É neste sentido que a sociedade exige dos cientistas e de todas as pessoas envolvidas na academia a produção original, e não a prática nefasta e condenável de usar o “COPI-COLA” para a produção de documentos institucionais.

Nilson Thomé, 0/10/2009.

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