sábado, 17 de outubro de 2009

Parada estratégia para repensar a vida


Pausa para meditação: ainda vale a pena brigar pela Universidade UnC?

Amigos,

Em 1971, participei de um grupo de trabalho, ainda que timidamente e, assim, estive ao lado do Bispo Dom Orlando Dotti e do Prefeito Ardelino Grando, para implantar a Fundação Educacional do Alto Vale do Rio do Peixe – FEARPE, objetivando a criação e implantação da Faculdade de Pedagogia, Ciências e Letras de Caçador, o que aconteceu em 1972.

Deste tempo em diante, acompanhei de perto o crescimento da educação superior em Caçador, colaborando com os presidentes da FEARPE, Moysés Comazzetto e Reno Caramori. De uma forma ou de outra, contribuí para a criação de novos cursos, como Administração e Serviço Social.

Em 1974, com o Pe. Tomás Pieters, idealizei e implantei o Museu do Contestado, ali atuando em pesquisas de História e de Antropologia até 1986.

Em 1982, como vereador, ocupei corajosamente a tribuna da Câmara Municipal para defender a FEARPE dos atos que considerei arbitrários do então prefeito Onélio Francisco Menta, para prejudicar a Instituição.

Em 1986, estive ao lado do empresário Elias Seleme Neto, ocupando temporariamente a Direção Geral da entidade para levantar a intervenção na FEARPE que havia sido decretada pelo Conselho Estadual de Educação.

Entre 1987 e 1992, trabalhei com a nova presidente, a sra. Oneide Olsen, ocupando a Direção Geral da FEARPE, para alavancar a instituição no seu projeto Rumo a Universidade.

Entre 1987 e 1990, liderei a equipe administrativa que objetivava a integração regional, com a criação da Universidade do Meio-Oeste Catarinense, o que não deu certo pela desistência e por culpa de Joaçaba.

Em 1992, ainda ao lado da sra. Oneide Olsen, lutei para recolocar a FEARPE na busca da transformação em Universidade do Contestado, o que conseguimos, com a participação das fundações educacionais de Mafra, Curitibanos, Concórdia e Canoinhas.

De 1992 a 1997, mantive atividades no magistério e neste tempo não atuei em cargos e ou funções fora da docência na Fundação local e nem na Universidade do Contestado.

Em 1995, mesmo afastado de funções administrativas, atendi ao apelo do então presidente da FEARPE, Rui Caramori, para reestruturar a instituição e transformá-la em Fundação UnC-Caçador, para a consolidação da Universidade do Contestado.

Em 1998, fui chamado para coordenar o setor de Planejamento da nova entidade e, em 1999, fui empossado Diretor Administrativo da Fundação UnC-Caçador, cargo exercido nas duas gestões consecutivas, dos empresários Celso Marini (presidente) e Bruno Reichert (vice-presidente), até abril de 2006.

Entre 1998 e 2006, tive a oportunidade de realizar e concluir cursos de pós-graduação em gestão e programas de Mestrado em Educação e de Doutorado em Educação na Unicamp, sem afastamento das funções.

Em 2006, quando assumiu nova diretoria da Fundação UnC-Caçador (a mesma que está aí hoje), fui dispensado de cargos e funções, permanecendo à disposição da entidade e da UnC, mas só mantendo atividades de docência em todos os cursos de graduação da UnC ofertados em Caçador, até a atualidade.

Em 2008, ainda como professor horista, quando pressenti que a atual presidência da Fundação UnC-Caçador iniciava procedimentos para colocar em risco a integridade da Universidade do Contestado, coloquei-me ao lado da Instituição (uma universidade em Caçador) pela qual estava lutando desde 1971.

O pressentimento de algo nefasto poderia acontecer à UnC materializou-se em março de 2009, com a comprovação de que a presidência da fundação local alçava outros rumos e tinha outros planos, a partir da ambição desmedida pelo poder.

Em agosto de 2009, sentindo a força das ameaças e sem outra opção para defender a integridade da Universidade do Contestado, tomei partido de linha de combate à atual presidência da Fundação UnC-Caçador, esta que se escudou nas conhecidas corporações econômicas dos sempre-mandatários da cidade.

Agora, em 17 de outubro de 2009, sendo um dos poucos que “botaram a cara para quebrar” na defesa veemente da integridade Universidade do Contestado em Caçador, “batendo de frente com as diversas interesseiras corporações”, sofri um revés (nunca dantes imaginado), originário de dentro do próprio Gabinete do Reitor da UnC – vide o “EDITAL VESTIBULAR UnC 2010-3”, publicado dia 14/10/2009 – instituição que idealizei como universidade em 1990 e ajudei a implantar e a consolidar até os dias de hoje.

Que decepção! Que punhalada nas costas, este edital!

A partir desta medida da Reitoria da UnC, e das atitudes da presidência da Fundação UnC-Caçador, meus primitivos ideais de quarenta anos atrás, acho que utópicos, diga-se de passagem hoje, parece-me que, simplesmente desabaram.

Ou o atual Reitor da UnC é exímio enxadrista e tem uma nova jogada "de mestre" para os próximos dias, ou é pugilista que abandonou o ringue e acaba de jogor a toalha.

Então, vou aproveitar o fim-de-semana de 17 e 18 de outubro para pensar muitas coisas. Repensar, inclusive, depois do que vi (li) hoje, se ainda vale a pena defender a UnC em Caçador...

Nilson Thomé, 17/10/2009

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