terça-feira, 22 de setembro de 2009

Por uma UnC mais universidade - 9

A “NOVA UnC” deverá manter parcerias com a UDESC

Estávamos começando a escrever esta crônica – a 9ª de uma série de nossos escritos sobre o momento crítico que a UnC atravessa – quando chegou a notícia do desastre ocorrido no Campus de Caçador da UnC na virada de 21 para 22 de setembro. O “Comitê Voluntário em prol da Unificação da UnC”, organizado por pessoas simples, interessadas na continuidade da Universidade do Contestado, havia colocado algumas faixas (de pano) na manhã e tarde de segunda-feira, espalhadas pelo interior do campus, expondo que “alunos, professores e funcionários querem a unificação já”. E, conforme as notícias que nos chegaram, na calada da noite, após o encerramento do expediente noturno, obedecendo ordens superiores, um bem atrelado e obediente empregado arrancou as faixas.
Quem deu a ordem “arranquem!” não imagina a besteira que fez. Isso nunca aconteceu antes na principal instituição de educação superior do Centro-Oeste de Santa Catarina. Jamais na história desta IES, em momento algum, a comunidade acadêmica havia sido privada da liberdade de manifestação do pensamento... até a madrugada do final do inverno de 2009. Este triste dia vai entrar para os anais da Universidade do Contestado como o “fim do inverno negro” em Caçador.
Desde quando FEARPE, em 38 anos de sua linda e rica História, a UnC sempre permitiu que partes em disputa, facções em movimento, pessoas em campanha eleitoral, alunos reivindicando melhorias, se manifestassem livremente, fazendo passeatas, fixando cartazes, lançando panfletos, gritando em megafones ou erguendo faixas de panos, fosse contra ou favor a qualquer coisa e de qualquer lado. Era tempo de democracia. Agora, isso acabou!
Porém, o pessoal que constitui o referido comitê já começou a tréplica, deixando claro que “a luta continua” e que “quem com ferro fere com ferro será ferido”, assim informando por novos folhetos ao outro lado que não está disposto a se mixar ante aos coronéis encastelados no poder do Campus, que não aceita imposições que imitam os tempos da ditadura, quando os cidadãos eram proibidos de manifestar suas opiniões. Nos novos planfetos lançados ontem pelo comitê, como reação à arbitrariedade e barbaridade, consta que “Os que querem a Universidade do Contestado unida, estão em 2009. Os retrógados, contrários a unificação da UnC, regrediram a 1964” e ainda: “Os que vivem a universidade querem liberdade. Os que querem mandar na UnC impõem regime de força”. Dia-a-dia fica mais claro que há segmentos dentro da UnC-Caçador dispostos a se posicionar assim: universidade não é serraria!!! professores não são peões!!!
Mas não era sobre isso que queríamos escrever hoje.
Em Florianópolis, foi anunciado ontem (22 de setembro), que a UDESC deverá mesmo instalar um campus no Centro-Oeste, entre 2010 e 2012, só que ainda não decidiu, se em Videira, em Joaçaba ou em Caçador, sem esquecer que a cidade mais forte entre as candidatas é Campos Novos, esta que ainda não dispõe de um campus universitário, enquanto que as outras já tem. E Campos Novos é o município-mãe (ou pai) de todos os outros que hoje florescem na margem esquerda do Rio do Peixe desde antes da Guerra do Contestado.
As lideranças e as autoridades de Caçador deverão se mobilizar bastante para trazer a UDESC para esta cidade. Muito mais do que tem se mobilizado até agora. Só faixas-de-rua, manchetes na imprensa local e abaixo-assinados a Luiz Henrique são insuficientes, pois isso as outras cidades também têm feito. Caçador precisa encontrar um (ou mais) diferencial importante e significativo para substanciar nossa reivindicação. Este referencial existe e está aí, aos olhos de todos. É imbatível. Sabem qual é? não? perguntem a quem trabalha com educação!
Caçador não pode perder esta oportunidade, já que pessoas daqui apregoam que o Governador Luiz Henrique da Silveira adora Caçador. Um Campus da UDESC (claro que dependendo do tipo de campus), seria o máximo! Até a “NOVA UnC”, reestruturada, replanejada, unificada administrativamente, simplificada, fortalecida, poderá contribuir, pois todo o sistema universitário de natureza pública municipal ou estadual catarinense é solidário e participativo. Os educadores que estão na UnC e que são todos pró-unificação da UnC, até já acenaram com a possibilidade de atuar em parcerias, pois para ambas as academias, o importante não é aparecer... é fazer!
Nilson Thomé, 23/09/2009.

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