sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Por uma UnC mais universidade - 2

Professores da UnC-Caçador apóiam a vinda da UDESC

Nos já longínquos tempos de 1970 e parte de 1971, o grupo de pessoas que pensava em dotar o Alto Rio do Peixe com ensino superior pensou primeiro na Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina – UDESC, instituição que havia sido recém criada pelo Governo Estadual, direcionada para “desenvolvimento de todo o Estado”, como se imaginava então. Este grupo era liderado pelo Bispo Diocesano, Dom Orlando Dotti, e pelo Prefeito de Caçador, Ardelino Grando. Dele faziam parte várias pessoas, todas lideranças da comunidade caçadorense, interessadas numa solução para o drama de uma cidade que necessitava enviar seus filhos para longe se pretendessem estudar além do “contador” (Aurora) e do “normal” (Aparecida).
Na época, os dirigentes da UDESC e os próceres do Conselho Estadual de Educação foram convidados a se associar ao ideal de Caçador, mas, apesar da boa vontade, revelaram apenas promessas de solidariedade. Pior foi a manifestação dos dirigentes da Universidade Federal de Santa Catarina, firmando posição contra a interiorização do ensino superior no Planalto.
Os caçadorenses não esmoreceram com o desestímulo advindo da Ilha e a 31 de julho de 1971 foi criada a Fundação Educacional do Alto Vale do Rio do Peixe (entidade mantenedora), com o que, em março de 1972, iniciou o funcionamento a Faculdade de Pedagogia, Ciências e Letras de Caçador (entidade mantida). Outras fundações municipais do gênero surgiram neste tempo em todo o interior do Estado. Daí para a frente a UFSC ficou fechada na Ilha e a UDESC ousou alcançar Lages e Joinville, só aí oferecendo educação gratuitamente.
Aqui na Região do Contestado, nasceram fundações em Caçador, Mafra, Canoinhas, Joaçaba, Videira, Curitibanos e Concórdia. Mesmo tendo sido criadas pelos respectivos poderes públicos municipais, elas transformaram-se em comunitárias, sem fins lucrativos, praticantes de filantropias, caracterizadas como de direito privado para gerir a Educação Superior com autonomia. As comunidades locais investiram em bens imóveis e móveis, corpóreos e incorpóreos, cada qual equipando suas respectivas faculdades com o que estivesse ao seu alcance. Dos alunos sempre se cobrou anuidade escolar. As mensalidades, destinadas à manutenção e desenvolvimento, eram (e ainda são) fixadas a partir de custos operacionais de cada Instituição.
Com o fracasso da tentativa de criar uma universidade regional com Videira e Joaçaba, entre 1985 e 1990, as fundações de Caçador, Curitibanos, Concórdia, Mafra e Canoinhas se uniram numa federação em 1990 e implantaram a Universidade do Contestado – UnC. Este movimento foi liderado pela FEARPE de Caçador, e todas alteraram suas denominações.
Transcorridos trinta anos, a comunidade caçadorense volta a reivindicar a presença da UDESC, a universidade estadual, pública e gratuita, com um campus universitário em Caçador As autoridades e principais lideranças de Caçador estão empenhadas num movimento pró UDESC e por isso recebem com justiça os aplausos da população.
Os professores que atuam no magistério superior em nossa cidade não apenas apóiam integralmente este movimento, como também demonstram ser os maiores interessados, pois a iniciativa pró UDESC vem de encontro aos anseios dos educadores responsáveis, que propugnam pela busca do conhecimento científico e lutam contra a permanência da ignorância.
A grande maioria dos professores empregados no campus de Caçador da UnC tem se manifestado publicamente a favor da ampliação das oportunidades da oferta da Educação Superior nestas plagas. Apóia a nova Faculdade SENAC, apóia a disseminação dos cursos superiores a distância, apóia a futura Faculdade Aurora, apóia a futura Universidade Tecnológica Federal, como apóia a UDESC e o que mais se apresentar.
Que venha logo, pois a UDESC para Caçador. A concorrência será salutar. O Município deverá doar terreno e o Estado deverá investir em construções e equipamentos, resgatando a dívida que tem para com o Contestado desde o conflito de 1913-1916. Vem um pouco tarde, mas antes tarde do que nunca. Será uma boa parceira do Campus da UnC, este que não precisará ser destruído para que Caçador tenha ampliado o leque das suas alternativas educacionais.

Nilson Thomé - 14/09/2009

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