sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Por uma UnC mais universidade - 4

Universidade do Contestado: não deixaremos a peteca cair !

Com a decisão final, em caráter unânime e irrevogável, pela unificação e simplificação gerencial, o complexo “Universidade do Contestado” entrará em 2010 com uma nova estrutura e sob uma nova administração, tanto pedagógica como administrativa, ambas estas esferas consideradas acadêmicas, se assim entendermos, como manda o figurino, que o setor administrativo de uma academia de ciências, tanto quanto o setor pedagógico, fazem parte do que se entende por “acadêmico”.
Essa falsa interpretação de que há diferenças entre “administrativo” e “pedagógico” (falsa, mas adotada por quem não entende do assunto), vem sendo fator de divisão e de encrenca no interior da nossa academia, não só em Caçador como também nos outros campi, em Canoinhas, em Mafra, em Concórdia e em Curitibanos. O antagonismo coloca frente a frente duas vertentes, uma querendo se valorizar mais que a outra, esquecendo que as duas deveriam estar lado a lado.
Não custa lembrar que a UnC foi idealizada em 1990 para ser uma universidade unificada pedagógica e administrativamente, mantida por uma “Federação de Fundações”. Até 1995, projetou-se uma instituição para unir as forças e os esforços dos educadores regionais sem bairrismos, todos unidos em prol de um só ideal, atuando no desenho de uma só missão.
Quando da passagem da “autorização” para o “reconhecimento da UnC”, entre 1995 e 1997, aconteceu um erro histórico no processo de condução da Universidade do Contestado, com a criação de uma sexta Fundação (a da Reitoria) e a manutenção das cinco Fundações (as dos municípios). A nossa instituição regional multi-campi foi unificada pedagogicamente, com a adoção de um só Regimento Geral – e isso deu certo!!! – mas, para satisfazer interesses outros, permitiu-se a separação administrativa.
Então, no interior de cada uma das Fundações, começou uma disputa em nível de direções e gerências, as pedagógicas e as administrativas, para saber “quem manda mais aqui” e, administrativamente, até ensaiou-se uma competição entre as cinco Fundações, cada uma puxando as brasas para seus assados. A partir daí, a Reitoria fingia que regia tudo, enquanto os campi fingiam que eram por ela regidos... uns diziam que a UnC era pública, outros que ela era privada.
Por sorte, neste tempo todo, em meio às muitas “quedas de braços”, a UnC contou com a participação de valentes educadores que conseguiram segurar a barra, ou, como dizem, “não deixaram a peteca cair”... muitos deles em atividade, com essa mesma intenção.
Para acabar com as disputas pelo poder, internamente em cada Fundação e externamente entre as Fundações, estão sendo projetadas medidas extremas (e drásticas), várias delas até em contradição com os princípios democráticos que devem reger uma instituição universitária, mas que, pelas circunstâncias de hoje, se fazem necessárias e são até consideradas por ora aceitáveis.
A partir de 2010, a UnC vai dispor de uma só entidade mantenedora – a Fundação Universidade do Contestado (FUnC) – que terá uma presidência, um conselho curador e um conselho fiscal, com membros indicados pelas cinco fundações ora em vias de extinção. Nos cinco campi, as Fundações locais serão extintas. Em lugar das assembléias, conselhos curadores e conselhos diretores atuais, em cada cidade haverá apenas um conselho consultivo, para assessorar sua unidade.
A UnC vai eleger um Reitor, que terá apenas dois vice-reitores (o pedagógico na atividade-fim e o administrativo na atividade-meio), extinguindo-se as atuais quatro pró-reitorias. Cada campus será regido por apenas um Pró-Reitor, escolhido e nomeado pelo Reitor, este que será o único “diretor” do campus, com poderes pedagógicos e administrativos. Todos os envolvidos deverão ser, obrigatoriamente, educadores, professores, atuantes no magistério superior.
Da mesma forma como, depois de eleito, o presidente da República nomeia seus ministros, da mesma forma como faz o governador do Estado ao nomear os seus secretários, da mesma forma como o prefeito do Município escolhe seus diretores... assim será a nova UnC. E como acontece no poder público executivo, o novo Reitor poderá destituir qualquer um dos vice-reitores e dos pró-reitores, a qualquer momento e em qualquer lugar, para que a sintonia acadêmica seja mantida.

Nilson Thomé, 16/09/2009

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