segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


Uma das razões por defender a integridade da UnC caçadorense



Mesmo somando a potencialidade dos seus cinco campi – em Caçador, Canoinhas, Concórdia, Curitibanos e Mafra (com a cota de 20% para cada um) – mais a dos núcleos – em Fraiburgo, Porto União, Seara e Rio Negrinho – a entidade Fundação Universidade do Contestado ainda não conseguiu (em setembro de 2009) alcançar as condições mínimas para que o ente acadêmico, a Universidade do Contestado, possa ser caracterizado como uma universidade de fato, pelas deficiências que contêm, ainda que a UnC esteja registrada como uma universidade de direito, pois ela foi legal e legitimamente organizada e autorizada em 1990 pelo Conselho Federal de Educação, reconhecida em 1997 e teve seu reconhecimento renovado em 2005 pela Conselho Estadual de Educação – CEE/SC.

Pelo que se sabe e informações que se tem, daqui a um ano e meio ou dois anos – até final de 2011 provavelmente – a UnC deverá passar por nova avaliação, para ter seu reconhecimento ratificado, com a renovação do seu credenciamento, possivelmente pelo mesmo CEE/SC.

Como são pessoas inteligentes, os dirigentes das entidades perceberam que, do jeito em que estava (e ainda está) organizada, jamais a UnC chegaria lá, à almejada renovação de credenciamento. Na parte pedagógica (acadêmica), pode-se dizer que estava quase tudo bem. Mas, a instituição vinha sendo gerenciada desordenadamente à vista dos poderes locais concentrados por causa da descentralização operacional da parte administrativa e financeira. A máquina administrativa estava muito pesada, multiplicada por seis sem necessidade.

Diante disso, todo o pessoal envolvido, seja na mantenedora Fundação UnC, seja na mantida UnC, estava se mobilizando desde 2008 para modernizar o sistema, objetivando buscar, reunir e dispor das condições para a almejada renovação, destacando-se:

- Para 2011, a UnC necessitará dispor de três (3) programas de Mestrado em funcionamento e de um (1) programa de Doutorado também em funcionamento. Só plano ou promessa de vir a fazer não vale. Porém, hoje ela só tem um programa de Mestrado, funcionando em Canoinhas. Mesmo assim, poderá atender a este quesito ainda em tempo.

- Para 2011, a UnC deverá possuir seu quadro de professores contemplado com a exigência de ter 1/3 dos professores com pós graduação stricto sensu, ou seja, de mestres e doutores, e de ter 1/3 dos seus professores contratados em regime de tempo integral. Hoje não tem, mas poderá ter, pois na soma de todos os campi e núcleos, falta bem pouco para isso.

- A partir de 2010, a UnC deverá estar sendo mantida por um único ente jurídico, ou seja, possuir apenas uma inscrição no CNPJ e um só registro no Ministério da Educação, tendo referência único nas repartições federais, com isso alcançando, para 2011, uma substancial redução de custos operacionais e uma almejada agilização administrativa.

- Imediatamente: comprovação da existência de Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), Projeto Pedagógico completo da Instituição (PP), vigência de Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), procedimentos de auto-avaliação em vigor, declarações sobre missão, oferta de educação a distância, projetos de pesquisa em desenvolvimento, trabalhos de extensão, etc., etc. etc.

Então, está claro que até setembro de 2009, mesmo com a participação de Caçador, que representa cerca de 20% (ou 1/5) do potencial do chamado “sistema UnC”, a Instituição UnC não conseguiu reunir todas as condições para “ser” uma universidade de fato, como deveria ser, mas, poderá sim alcançar as metas até 2011, desde que cumpra as exigências, que seja unificada, enxugada, simplificada, e que seja dinamizada.

Com a propalada “independência de Caçador”, ou seja, a retirada de Caçador do sistema UnC, quer criar-se uma outra universidade, anunciada como Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – Uniarp, a partir da alteração da denominação da mantenedora, Fundação Universidade do Contestado Campus de Caçador (Fundação UnC-Caçador) para Fundação Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Funiarp). Ressalte-se aqui que os primeiros atos em outubro desta iniciativa foram declarados suspensos pela Justiça.

Com esta imaginada “independência” de Caçador, com este campus levando junto os 20% a que tem direito, o sistema UnC ficaria apenas com 80% deste potencial.

Se a Universidade do Contestado (incluindo Caçador), com 100% do seu potencial, ainda não conseguiu reunir todas as condições para assegurar o recredenciamento em 2011 – mas poderá vir a assegurá-lo se unida – alguém aí, em sã consciência, acredita que a propalada Uniarp (com apenas o 20% do todo) o conseguirá comprovadamente no prazo de 180 dias que lhe teria sido dado pelo CEE/SC no ato que hoje está com seus efeitos suspensos pela Justiça?

Pior: se a UnC, com 100% do potencial atual ainda não conseguiu preencher todos os quesitos, alguém acredita, em sã consciência, que com menos a parte dos 20% de Caçador, ou seja, com os restantes 80% a UnC o conseguirá plenamente até 2011?

Com esta não-iluminada “idéia” de tirar Caçador da UnC, ao invés de vir a ter uma universidade “só de Caçador”, na realidade, Caçador poderá ficar sem a universidade que existe hoje – no caso, a UnC – e assim não terá mais universidade daqui a 180 dias e estará contribuindo para que em 2011 a UnC também não venha a ser recredenciada... e com isso, Caçador e a Região do Contestado não mais terão, nem duas e nem uma universidade... no máximo poderão vir a ter dois “centros”, uma catalogação de status pouco relevante perante a Educação Superior nacional e sem nenhum reconhecimento a nível internacional (a figura do “centro” é coisa de brasileiro) ou terá, no mínimo, duas faculdades, com alguns cursos: a C e a Arp, sem os “Uni”.

Está é, basicamente, uma das razões pelas quais continuamos lutando em defesa da integridade da Universidade do Contestado – a nossa UnC – instituição idealizada por caçadorenses, criada em Caçador, com sede em Caçador, uma instituição não egoísta pois contempla a co-participação das cidades irmãs de Canoinhas, de Concórdia, de Curitibanos e de Mafra, que agora necessita ser unificada administrativamente como já é unificada pedagogicamente há vinte anos.

Não vamos jogar no lixo o fruto do trabalho de vinte anos de construção da UnC. Não há razões sérias e concretas para isso... a não ser que prevaleça aqui o ressurgimento do coronelismo, a imposição do capital sobre a ciência, o esmagamento do dinheiro sobre o conhecimento, do sobreposição do bairrismo sobre a razão.


Senhores futuros dirigentes da UnC: escutem a voz do povo, dos alunos, dos funcionários, dos professores e de grande parte da sociedade, que ama a UnC. Ainda há tempo para tornar sem efeito não só os atos praticados pelos atuais dirigentes, como fez a Justiça, mas também os atos praticados nas outras fundações que completam o sistema UnC. Por favor: sentem à mesa no decorrer desta semana, discutam suas questões, resolvam seus problemas, eliminem suas diferenças, acertem-se e deixem a UnC viver!!!

Nilson Thomé, 07/12/2009

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