quinta-feira, 5 de novembro de 2009

UnC – a reunião que decidiu deixar tudo como está: confusão e desinformação!

Na manhã e tarde de 30 de outubro, em Florianópolis, perante a presidência do Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina – CEE/SC, o representante do Ministério Público do Estado da 25ª Promotoria de Justiça da Capital, a Associação Catarinense das Fundações Educacionais – ACAFE, reuniram-se os dirigentes dos campi da Universidade do Contestado (de Mafra, Canoinhas, Curitibanos e Concórdia) que integram a Comissão de Detalhamento da Unificação da UnC, mais uma delegação de professores, funcionários e alunos do Campus de Caçador da UnC, e membros da diretoria da Fundação UnC-Caçador.

A pauta foi ordenada numa linha para dar-se um ponto final nas discussões sobre o futuro da Educação Superior em Caçador a partir do desejo expresso dos presidentes da Fundação UnC-Caçador de retirar esta entidade da co-manutenção da UnC, intenção nefasta de uma minoria endinheirada que levou a cidade de Caçador a entrar num “buraco negro”, quase que num “poço sem fundo” na área da Educação Superior.

Nos municípios da região, reinou a expectativa e ficou a torcida para que, nesta reunião florianopolitana, prevalecesse o bom senso e as partes envolvidas chegassem a um acordo, enterrando raivinhas e superando as dificuldades.

De cara, os presidentes da isolada Fundação UnC-Caçador não abriram mão da idéia de esta entidade vir a trilhar “carreira solo”, de seguir caminho educacional independente da UnC a partir de 2010. O Reitor da UnC e os dirigentes e integrantes da Comissão de Detalhamento da Unificação não abriram mão de todos os cursos de graduação em oferta em Caçador, que são da UnC, não tendo porque cedê-los para uma possível nova universidade “solo” caçadorense. A presidência do CEE/SC esclareceu que, nestas circunstâncias, nada poderia fazer, e também a ACAFE nada poderia fazer. O Promotor de Justiça, diante das radicalizações de posições, idem nada mais poderia fazer. Os professores, funcionários e alunos da UnC-Caçador, igualmente, nada puderam fazer além de assistir as “gentis” trocas de palavras e as “ofertas” de compras, fazendo com que a reunião quase se transformasse numa feira-livre, à base do “quanto quer por isso?” ou do “quem dá mais por aquilo?”. Bazar educacional! Uma vergonha!

A ofendida UnC ficou firme na posição de não oferecer concurso vestibular de verão 2010 para todos os seus cursos em Caçador e Fraiburgo, por não dispor de condições de mantença sem a participação da entidade local, e a Fundação UnC-Caçador, por não dispor dos cursos da UnC, ficou sem poder oferecer concurso vestibular de verão 2010.

O Ministério Público ficou de elaborar uma minuta de convênio a ser assinado entre as partes, para viabilizar – ao menos – a continuidade dos cursos de graduação da UnC (fases iniciadas em 2009 e anteriormente), a funcionarem a contar de 2010 nos prédios da Fundação UnC-Caçador até a formatura da última turma vigente, normatizando questões internas como matrículas, mensalidades, horários de aulas, pagamentos de professores e funcionários, valor da locação, etc. e tal. E até hoje – 5 de novembro – a tal minuta de convênio não saiu do litoral, ou ao menos, não chegou a este interior.

Os dirigentes-de-plantão na Fundação UnC-Caçador insistem na troca do nome da entidade mantenedora e na criação de uma nova universidade – UNIARP. Ouve-se que, diante da falta de colaboração dos professores e funcionários a esta possibilidade, irão contratar (ou já contrataram) uma empresa especializada, de fora, para elaborar um projeto de nova universidade e para criar os mesmos cursos que a UnC oferece em Caçador e Fraiburgo, ainda que a “toque de caixa”, pagando a bagatela de algo entre 50 mil a 100 mil reais... barato para quem diz que tem dinheiro em caixa sobrando e pode comprar o que quiser e pagar o quanto for preciso. Com isso, pensam poder credenciar esta outra instituição, criar os cursos, organizar, estruturar e autorizá-los e a oferecer vestibulares no início do próximo ano.

Por outro lado, a Universidade do Contestado, agora unificada em uma só instituição, depois da bordoada desfechada pelos presidentes da Fundação UnC-Caçador, espera recompor-se internamente nos próximos dias, fortalecer-se, replanejar e anunciar seus próximos passos em Caçador. Vale lembrar que a UnC foi criada por iniciativa dos caçadorenses, que é uma universidade caçadorense, que tem sede em Caçador e, portanto, faz parte do patrimônio caçadorense... quer queiram ou não os presidentes da Fundação UnC-Caçador envoltos na empreitada da pretendida autônoma Universidade Alto Vale do Rio do Peixe.

Quem sabe, até 15 de Novembro, saiamos do clima de desinformação e do ambiente de confusão. Quem sabe.
Nilson Thomé, 04/11/2009

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